segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Hoje ... "Vi-te" !

Esta  noite "vi-te". Vinhas fantasiado e eu estava também. Mas de que adianta escondermo-nos se o coração nos trai.
Tentamos  sempre  ser fortes e escudarmo-nos através de uma linguagem politicamente correcta. Palavras de circunstancia,mas que repassam nas entrelinhas tudo o que evitamos dizer directamente.
Evitamos é verdade mas, o simples escrever boa noite, já deixa transparecer quem está de um lado e do outro.
Hoje já nada me mete medo. Escrevi isto com tanta convicção que acredito que seja verdade.
Mas o medo é uma constante em mim, não porque o sinta mas, porque por ele não vivi, sonhos, momentos, realidades, pormenores que fazem a vida valer por ela mesmo e não pelo valor que lhe damos.
Dizem sempre que nunca é tarde para recomeçar de novo. Nada mais tolo de se dizer. Nada se recomeça, apenas se continua de outro modo e para isso tem de haver como o fazer. Para mim já "tudo" é tarde demais.
Apenas algo ainda me sustenta, as recordações, unicamente minhas, se tenho alguma coisa que possa chamar de meu, é precisamente esse cofre imaginário, onde guardo as minhas memórias.
Não as arquivei, nem por letras, nem por números nem por datas, amontoei-as. Gosto desta desorganização memorial, penso que sofro menos, porque assim as memórias vêem a mim ao acaso e não porque as procuro catalogadas.
Tinha tanto para escrever, mas seria duro demais depois reler. Assim remeto para a mente o que aqui não vai ser transcrito.
Hoje por incrível que pareça, sobrevivi ao dia e vivi a noite.


®M.Cabral 

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